Falaram-me de ilusões futuras; ilusões que eu desconheço. As ilusões transportam-me sempre para esse tempo sem nome, onde a vida roda ao sabor perdido do vento, e onde os gestos, são apenas feitos de uma eternidade de recordações, há muito esquecidas. Prefiro o sonho à ilusão. O sonho pousa no dorso da gaivota acariciando-lhe a suavidade das penas. O sonho sabe respirar por entre as parcelas inacabadas de vida, como se dos seus contornos, pudessem nascer flores brancas, todos os dias. São de um branco inalterável os meus sonhos; todos os meus sonhos. Os meus sonhos têm movimento e sabem falar silêncios.
Falaram-me também da solidão e eu fiquei em silêncio, encostada aos meus sonhos - Apeteceu-me gritar que a solidão sou eu!
Mas fiquei em silêncio. Encostada aos meus sonhos. A colher flores brancas.
nadir
imagem:Miro Ito
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