9.8.07

Jean Paul Mestas



Falar de mim, de tudo, de nada,
como na génese
um nome em vez de outro
com os seus nervos,
as suas carnes.
É muito tarde.
Talvez demasiado. Cada manhã
perece por ter a pele frágil
e os braços pesados de vegetais
que são refúgios periclitantes.

A quem dizer e a quem calar
uma confidencia vã?
Vamos lá, a ideia do enxofre
tem inveja da ideia da areia, e nós
que vamos tirar do rio
depois da perda dos arquipélagos?



de Poema Esquecido Na Madrugada Lisboa, Colecção Mínima, Nº9, ulmeiro
Tradução Cybelli Wanderley e Fernanda Barbosa
imagem:Vanda Lacão

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