14.1.08

Paul Éluard



Lume brando por acaso espelho
Abelha e pena perdida
Longe do feixe das ruas
Das famílias das reformas
Diante dos teus olhos lume brando
Que te soergue as pálpebras
E que passa e se vai
Na noite límpida e fresca

Para outros olhos exactamente iguais
Cada vez mais escurecidos
Cada vez mais apagados
Cada vez menos existentes.


O Movimento do Anoitecer de Últimos Poemas De Amor, Relógio D’Água, 2002
tradução: Maria Gabriela Llansol
imagem:John William Waterhouse
Spring (The Flower Picker)

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