9.2.08

António Maria Lisboa



Eu num camelo a atravessar o deserto

com um ombro franjado de túmulos numa mão muito
aberta

Eu num barco a remos a atravessar a janela

da pirâmide com um copo esguio e azul coberto de
escamas

Eu na praia e um vento de agulhas
com um Cavalo-Triângulo enterrado na areia

Eu na noite com um objecto estranho na algibeira

— trago-te Brilhantes-Estrela-Sem-Destino coberta de
musgo



Poema do começo de Poesia, Assírio e Alvim, Novembro 1995
imagem:Lars Raun

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