6.5.08

Francisco José Viegas (1962)



Desenha, sobre um mapa onde as ilhas possam flutuar
e as brancas penínsulas se abandonem as aves,
a incerteza do maior amor ou a tranquila

oscilação dos barcos nas enseadas onde o Inverno
pode adormecer. Na solidão, na noite, não demores
o tempo entre os anéis, os dedos toca sempre
esses despojos de antigas navegações.

Por isso, nas horas mais tranquilas, entre falésias,
dedico-me a essa ocupação de recolher o que as marés
trazem s praias, como se fosse ao coração.


As areis das praias em Segredos, Metade da Vida, Vila Nova de Famalicão, Quasi ed., 2002
imagem:Smuraga Katarina

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