Havia o verão, o medo de um círculo
fechando-se em torno de nós.
Cada sentimento era somente
a pobre descrição de uma
imagem. Descia a luz sobre nós,
e em nós se repetia o rumor das cicadas,
o milagre das casas muradas
a toda a possibilidade delinquente.
"Não persigas o limite", disse-te.
"Qual o lado interior da fronteira,
este em que segues, ou o que nos
espera do outro lado? Do interior
virá o erro e o precipício: portões
electrificados e, sem que dês conta,
cães farejando a má-sorte de incautos."
Havia o verão e as cicadas e o perigo
de nos perdermos numa cidade hostil.
Nocturno de verão de Angst, Edições Cotovia, Lisboa 2002
fechando-se em torno de nós.
Cada sentimento era somente
a pobre descrição de uma
imagem. Descia a luz sobre nós,
e em nós se repetia o rumor das cicadas,
o milagre das casas muradas
a toda a possibilidade delinquente.
"Não persigas o limite", disse-te.
"Qual o lado interior da fronteira,
este em que segues, ou o que nos
espera do outro lado? Do interior
virá o erro e o precipício: portões
electrificados e, sem que dês conta,
cães farejando a má-sorte de incautos."
Havia o verão e as cicadas e o perigo
de nos perdermos numa cidade hostil.
Nocturno de verão de Angst, Edições Cotovia, Lisboa 2002
Imagem: Salih Güler
Sem comentários:
Enviar um comentário