7.5.08

Fernando Aguiar

ERRATA (em forma de soneto com rabo) -

Logo na primeira página, precisamente na primeira linha, onde se lê era
uma vez..., leia-se finalmente...

- Na página catorze, na linha quatro, onde se lê quadro, leia-se quarto.
- Na página seguinte, na linha oito e meio, onde se lê por meio de, leia-se no meio que.

- Quase na página trinta, na linha férrea, onde se lê tanto mar, leia-se pouca terra.

- Na página rasgada, na linha de fogo, onde se 1ê forca, leia-se força.
- Numa página inexistente, na linha do horizonte, onde se deveria ler, leia – - se mesmo.

- Na página do meio, na linha do equador, onde se lê em paralelo, leia-se em diagonal.

- Na página obscura, nas entrelinhas, onde se lê fode-se, leia-se pode-se.

- Na página solta, na linha terra, onde se lê chão, leia-se cãho.

- Numa página distante, na linha do pensamento, onde se lê não penso, leia-se mas existo.

- Ao virar da página, na linha do infinito, onde se tem muito que ler, leia-se o muito que se tem.

- Na página em branco, na linha do imaginário, onde não se lê, não se leia.

- Numa página perdida, numa linha ao acaso, onde se lê mesmo assim, leia- - se assim mesmo.

- A páginas tantas, na linha com que cada um se cose, onde se lê entrevista- - se, leia-se entredispa-se.

- Na última página, mesmo na última linha, onde se lê finalmente..., leia-se era uma vez...



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