6.5.08

Momentos Meus

Penso no intervalo dos minutos e no quanto eu poderia contar destes olhos quase fechados, outrora pintados de pedaços de arco-íris mas hoje, silenciosos e baços apenas vivos, para poderem ver os sonhos que um dia palpitaram na minha imaginação e os quais guardo, como se fossem diários onde a adolescente a despontar, guarda as suas intimas confissões longe das mãos que a sitiam a um lugar, que ela sabe não pertencer. Poderia ainda contar, do pássaro de fogo que me habitava o peito e que me fazia voar, por entre fogos intensos onde as estrelas eclodiam em rastos de luz, que eu seguia, embalada pelo cantar de uma sereia, ou de um príncipe ou simplesmente, levada por uns pés, agora presos ao chão que habito mas, que outrora, tinham asas polvilhadas de esperança, nervosas, ávidas de rumos onde a liberdade, era a bandeira que encimava todas as arvores; as árvores, que enfeitavam a ilha dos amores, esplendorosamente bordada a azul por todos os lados e onde a espuma das ondas, salpicava a ponto pé de flor as areias quentes e alvas, onde os búzios e as estrelas do mar, eram os ilustres contadores de eternas lendas de encantar.

Tudo isto, e muito mais, eu poderia contar por entre o bater das horas, no intervalo dos minutos, mas sei que o faria em vão porque todas as minhas palavras estariam perdidas, como perdida está, a minha vontade de as contar.


nadir

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