16.8.10

Rui Magalhães



Alguma coisa em mim amadurece
no intervalo das estações
entre nuvens e vozes que ondulam um deslumbramento sonâmbulo.
São vocábulos áridos. Triunfos em declínio.
Entre eles habitam rastos inacessíveis
que estremecem ao som agudo da paciência.
Vigiando entre arvoredos espanto-me com a demora.
É o tempo em que recupero as pedras pequenas da infância
ínfimos animais
que vão modelando a trajectória da luz.
Alguma coisa pulsa entre a felicidade nua:
um diamante extenuado que aguarda a lapidação do amor.



Intervalos de A Voracidade Tranquila do Olhar, Ed. Limiar
Imagem: Costin Ditescu

6 comentários:

Anónimo disse...

Na voracidade tranquila do olhar, um diamante extenuado que aguarda a lapidação do amor...
As mãos presas às mãos
e os olhos quedos um no outro fixos.

Aonde iremos?

Perfeito porque tão nosso!

Abraça-te comigo na quimera

blue.

comboio turbulento disse...

as estações servem para isso: para amadurecermos e nos refazermos no tempo :)

Unknown disse...

Lido assim, de súbito e de surpresa, até nem parece que fui eu quem escreveu aquelas palavras...

A imagem é belíssima!

Parabéns pelo seu blogue, e obrigado por me incluir.

Felicidades.

Rui Magalhães

Nadir disse...

um beijinho para ti Blue

Nadir disse...

que esta estação nos traga o tal amadurecimento. abraço Kim

Nadir disse...

Rui, muito obrigada pelas suas palavras e desculpe as minhas tão tardias.

volte sempre

abraço margarida