Afastarás amar
os vestígios de acasos
onde coloco as mãos;
fugirás ao tropel
onde abonanço os olhos
cansados de fulgirem;
impedirás a voz
de ouvir as consonâncias
da minha turbação;
deixarás de querer-me:
porque eu sou o vazio
impenetravelmente,
porque em mim nada habita
não batas mais à porta
cerrado do futuro.
Preciso de dormir.
Fechadura de Águas do Sono, Ulmeiro, 2003
Imagem: Kenvin Pinardy
Imagem: Kenvin Pinardy
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