Esperas pela moral certa como na estação de comboios o amante pela amada. Mas o comboio atrasa-se e começas a ficar nervoso. Olhas para o relógio uma e outra vez e depois para a linha vazia. E se fores de tal forma impaciente, em pouco tempo desistiras, não do amor, mas daquela mulher. E tentaras, então, se possível, logo nos minutos seguintes, encontrar uma outra companheira – quem sabe -, uma das que, estando no cais, também não tolere, nem mais um minuto, a espera.
Encontrarás, então, certamente uma mulher pior, que te deixará a vida mais desfeita e irreversível, mas tal é compensado longamente – pensas tu – pela rapidez com que deixaste de estar só.
A moral certa em Breves Notas sobre o medo, Relógio D’ Água, Maio de 2007
Imagem: Ben Goossens
Encontrarás, então, certamente uma mulher pior, que te deixará a vida mais desfeita e irreversível, mas tal é compensado longamente – pensas tu – pela rapidez com que deixaste de estar só.
A moral certa em Breves Notas sobre o medo, Relógio D’ Água, Maio de 2007
Imagem: Ben Goossens
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