Em porto morto sem pensar em outras
longínquas terras é : cadenciado
pelas lembranças feitas de saudade,
no cais da lassidão aiando pousa
serenamente como espuma sobre
águas tranquilas ao sabor das ondas:
e na quietude, mais silencioso,
desprotegido de vigor e cor,
em ligeiro vaivém débil se esconde:
vencido vencedor de tantos mares
outrora engalanado de troféus,
sem quase respirar ainda arfa
na procura de azul em qualquer céu.
Barco de Águas do Sono, Ulmeiro, Janeiro 2003
Imagem: Julian Hill
5 comentários:
Salvemo-nos.
Abraço muito, muito apertado, m.m.
blue
abraço para ti também e o meu, é mais apertado que o teu!
m.m.
Tens a certeza?...
Olha que não...
Abraço tridimensional, com todas as novas tecnologias e efeitos especiais, em sensurround!!!
Belo poema de um grande poeta.
olá Maria, é verdade, um grande poeta. Pessoalmente gosto dele pela serenidade que me faz sentir mesmo quando aborda temas, que falam de tristeza e angústia.
obrigada pela visita
margarida
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