21.1.10

António Salvado



Em porto morto sem pensar em outras
longínquas terras é : cadenciado
pelas lembranças feitas de saudade,
no cais da lassidão aiando pousa
serenamente como espuma sobre
águas tranquilas ao sabor das ondas:

e na quietude, mais silencioso,
desprotegido de vigor e cor,
em ligeiro vaivém débil se esconde:
vencido vencedor de tantos mares
outrora engalanado de troféus,
sem quase respirar ainda arfa
na procura de azul em qualquer céu.



Barco de Águas do Sono, Ulmeiro, Janeiro 2003
Imagem: Julian Hill


5 comentários:

Anónimo disse...

Salvemo-nos.



Abraço muito, muito apertado, m.m.

blue

Nadir disse...

abraço para ti também e o meu, é mais apertado que o teu!


m.m.

Anónimo disse...

Tens a certeza?...

Olha que não...




Abraço tridimensional, com todas as novas tecnologias e efeitos especiais, em sensurround!!!

Memória transparente disse...

Belo poema de um grande poeta.

Nadir disse...

olá Maria, é verdade, um grande poeta. Pessoalmente gosto dele pela serenidade que me faz sentir mesmo quando aborda temas, que falam de tristeza e angústia.


obrigada pela visita


margarida