21.2.11

António Salvado



Essas coisas me buscam: são palavras
à espera de falarem:
sonidos que do peito vão aos lábios
e nos lábios desvendam o incerto.

Por elas passa cada instante surdo,
cada momento de conflito e fúria.
Andam dentro de mim, com elas vivo:
por vezes (raramente) me dão calma:
passeiam-se comigo,
comigo adormeçendo até de madrugada.


Encontro de Águas do Sono, Ulmeiro, Janeiro de 2003
Imagem: Alexander Kharlamov

2 comentários:

Memória transparente disse...

Belo.

Nadir disse...

Há poemas que nos batem no peito. Para mim este é um deles, belo portanto.

obrigada pela visita

margarida